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Os segredos que o Pelô esconde, até dos baianos

Publicado em: 28/11/2024
Por: Adilson Fonseca
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

Quem imagina que o Pelourinho, no coração do Centro Histórico de Salvador, é apenas o reduto dos blocos afros, como o Olodum, e de afoxés como o Filho de Gandhy, de becos e ladeiras onde se fazem trançados nos cabelos nas esquinas, do cravinho, ou das baianas de acarajé, se surpreende com recantos inusitados, muitas vezes passados despercebidos pelos visitantes.Um dos bairros mais visitados de Salvador, por baianos e turistas, o Pelourinho, ou Pelo para os íntimos, fervilha durante o verão, com levas de turistas e baianos descendo e subindo as ladeiras e descobrindo, em cada esquina, beco e casarões históricos, um pouco da Bahia colonial com as comodidades dos tempos modernos. Nas ruas estreitas, enladeiradas, com gente de toda parte do mundo, há sempre uma surpresa, quer seja nos cardápios dos bares e restaurantes, nas lojas de souvenirs, museus, teatros, galerias e igrejas. Ou nas praças que parecem surgir do nada, após atravessar as portas de um dos muitos casarões. Parece mágico!
Nesses templos que parecem encantados há um pouco de tudo. Música, com conjuntos regionais, uma gastronomia dos deuses, arte e pedaços da história cuidadosamente conservados.


Conjunto arquitetônico tombado como Patrimônio Histórico e Cultural pela ONU (Unesco), o Pelourinho tem características de uma arquitetura colonial barroca bem preservada, é o lugar ideal para um passeio pela própria história da Bahia e do Brasil.
Veja alguns locais e se surpreenda:
Catedral Basílica
A Catedral Basílica de Salvador é a porta de entrada do Pelourinho é é uma das construções sacras do Brasil Colonial. Além da sua história, reserva algumas surpresas para o visitante, como o  altar-mor, onde se descobriu, no processo de restauração, uma lápide de mármore, que escondia uma escadaria que levava a uma antiga catacumba. Já no interior de uma das capelas, ossadas foram descobertas, incluindo 13 crânios humanos.


Também foram encontradas pinturas originais nas paredes e peças sacras, que revelaram quadros com imagens de santos jesuítas escurecidos pelo tempo e até purpurina nas áreas revestidas de ouro foram encontradas. Na capela do Santíssimo, outra surpresa: foram recuperados diversos elementos com folhas de prata, material não muito comum. Esses estavam encobertas por camadas de repintura dourada.

O Mural de madeira de Carybé
O Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia é um dos poucos no país a tratar exclusivamente das culturas africanas e a sua presença na formação da cultura brasileira. Ali, a grande maioria dos objetos foi comprada pelo próprio fotógrafo e antropólogo francês, Pierre Verger. Ele prestou serviços à UFBA / CEAO – Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, viajando para adquirir peças para o acervo.
Há também objetos de origem brasileira, relacionados com a religião afro-brasileira da Bahia, incluindo um conjunto de talhas em cedro de autoria de Carybé, este grande artista argentino, naturalizado brasileiro. São 27 painéis representando os orixás do candomblé da Bahia. Cada um deve ter por volta de 2 metros de altura em madeira entalhada e diversos detalhes em ferro.


Apoena – Galeria de arte sacra e indígena
Nessa loja e galeria, estão à venda obras de grandes artesãos nordestinos, como: Carolina Leão, Patrícia Barros, Mestre JC, Jan Araújo, Ermes Aquino, Rozalvo de Maragogipinho e Marcos de Sertanha. Se no térreo o principal são as artes sacras, no primeiro andar, a galeria é toda tomada por arte indígena de várias partes do país como Élon Brasil, Moitaráe José Kuripako, do Mato Grosso. Tudo muito colorido e das janelas tem-se uma vista ótima de cima dos dois largos: Largo Terreiro de Jesus e o de São Francisco. Definitivamente vale o passeio e as compras.

Atelier Raimundo Santos Bida – Pintura Naif
Especialista em Arte Naïf, o pintor Raimundo dos Santos, Bida, já tem seu trabalho reconhecido em boa parte do Brasil, Estados Unidos, Europa e outras partes do mundo, e ganha cada vez mais novos admiradores. Seu Ateliê fica na Ladeira do Carmo, próximo à escadaria da Igreja do Passo. A palavra Naïf é um termo francês que significa ingênuo ou inocente; portanto, a “arte naïf” é todo produto artístico de natureza pueril que demonstra uma criatividade autêntica baseada na simplificação de elementos decorativos a níveis brutos, espontâneos, puros, coloridos.


Bida, como é mais conhecido, é uma grande expressão dessa arte, um bom exemplo da grandeza e do potencial dessa técnica, que retrata a gente baiana simples. Já realizou exposições na Alemanha, Portugal, Holanda, Suíça, Estados Unidos, Espanha, França e Inglaterra.

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